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UNICIRCO RECEBE CENTENAS DE TUPINAMBÁS PARA CERIMÔNIA DE RETORNO DO MANTO SAGRADO AO SEU POVO, NO MUSEU NACIONAL

No mês de setembro, atendendo a um pedido do Ministério dos Povos Indígenas, a sede do Instituto Unicirco recebeu por 5 dias cerca de 200 indígenas, representando as 23 aldeias e o Conselho Indígena Tupinambá de Olivença, litoral da Bahia. O motivo da visita foi a cerimônia que ocorreu no dia 12, no Museu Nacional, onde um Manto Tupinambá foi devolvido ao Brasil e reencontrou seu povo depois de mais de 300 anos na Dinamarca. O ritual marcou um momento histórico importante na luta pela preservação e promoção da cultura e tradições dos povos originários e, além dos indígenas, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, assim como do fundador do Instituto Unicirco, Marcos Frota.

O Manto Sagrado é uma peça de 1,80 de altura, composta de milhares de penas vermelhas de pássaros guará. Objeto ancião e símbolo espiritual da cultura dos Tupinambás, o manto devolvido é apenas um dentre os 11 Mantos Sagrados que atualmente se encontram em diferentes museus europeus. A prática de transferir artefatos Tupis para a Europa era muito comum nos séculos 16 e 17, quando os itens eram levados na forma de espólio e expostos como artigos exóticos e valiosos, evidências da “descoberta” das Américas. O manto em questão foi devolvido ao Brasil pelo Museu Nacional da Dinamarca em uma ação que representa um momento de resgate da memória transcendental dos Tupinambás, que o consideram um material vivo, capaz de conectá-los diretamente com suas práticas e povo ancestrais.

Aproveitando a oportunidade, a Unicirco e os Tupinambás realizaram um evento para celebrar seu encontro e promover uma troca de saberes e cultura no picadeiro. O elenco da Unicirco apresentou números de trapézio, bambolê e tecido. O pocket show foi recebido com animação pelos aplausos dos indígenas, que vinham acompanhados do som de maracás. Em seguida, dezenas de tupinambás subiram ao picadeiro, onde apresentaram danças e cânticos religiosos para os artistas circenses, que, ao final, foram também convidados a participar dos rituais.

Yakuy, uma das lideranças tupinambás, falou com emoção sobre as trocas culturais e de afeto: “Nossos antepassados eram levados daqui para a Europa e eram colocados em praças públicas. Eu não sei se em lugares semelhantes a circos também, mas para serem exibidos como objetos. E hoje, nós estamos no circo, mas em irmandade. Porque entendemos que os artistas transcendem. E nós somos povos que transcendemos também. E vocês nos receberam aqui, abriram as portas e os corações”.

O Projeto Unicirco Arte Educação & Comunidade VI possui patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, do Governo Federal, do Governo do Estado e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio da Fundação Parques e Jardins.

O projeto teve um importante momento em sua História ao ter feito parte de um momento tão significativo de acolhimento aos indígenas. A entrada da Ministra no picadeiro da Unicirco, as falas marcantes das lideranças presentes, os dias de convivência e aprendizado mútuo dos artistas, professores e alunos do projeto com os Tupinambás impactaram profundamente a todos. “Esse diálogo, que usa a arte e a educação como plataforma, é muito potente e necessário no momento que a humanidade está vivendo”, disse Luiz Vicente Frota, articulador institucional do projeto.

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